ORGULHO
Dir. Ricardo Sena | 2018 | Serra Preta - BA | Ficção | 12 anos | 5 min
Sinopse: Jovem acredita que não possui direito de demonstrar sentimentos.
ORGULHO
Dir. Ricardo Sena | 2018 | Serra Preta - BA | Ficção | 12 anos | 5 min
Sinopse: Jovem acredita que não possui direito de demonstrar sentimentos.
PROGRAMA 1 - ENTRE O DITO E O INVISÍVEL (70 min)
02/05 às 19h - Praça da Bíblia - Bairro Santa Cruz
PROGRAMA 1 - ENTRE O DITO E O INVISÍVEL (70 min)
02/05 às 19h - Praça da Bíblia - Bairro Santa Cruz
Imagem em Carne Viva
A partir da proposição de três filmes inscritos no festival, esta mostra pretende provocar e refletir a partir do nu na imagem. Em quase todos os filmes, a/o realizadora é também personagem, entra em cena transformando o quadro em mais do que um espelho ou laboratório de memória. A criação de imagens é tida aqui como produção de devires. O nu é, em quase todos estes filmes, mecanismo de inscrição e escrita de si, reconstituindo um corpo, refazendo imaginários e rompendo fronteiras, prisões, silenciamentos, silêncios e violências.
Tomando emprestada a metáfora do filme Arco do Medo, de Juan Rodrigues, estes filmes aqui reunidos Supervivem. Mais do que a necessária fala e denúncia da morte matada, dos assassinatos e violência estrutural que nos dilacera todos os dias enquanto minorias políticas, estes filmes travam em suas formas, em seus arcos dramáticos, novas maneiras de reagir, de indagar a persistência de determinadas violências coloniais e, sobretudo, nos convocam a repensar nossos lugares e corpos diante deles, através do corpo e da ferida na imagem que se insinua e nos enfrenta.
É a imagem em carne viva por ser, em muito dos casos, o trauma, a ferida aberta e ao mesmo tempo o reprocessamento, o questionamento, a busca de curar-se com a imagem e com seu potencial de partilha e de encontro com o outro.
O choro em A Liberdade não veste camisa de força, de Áquila Jamile, a bicicleta e a piscina da memória em Ana, de Camila Andrade, a retirada da fita adesiva em Arco do Medo, de Juan Rodrigues, a despretensiosa liberdade da personagem de Varal, de Carla Caroline, os espelhos na ruína e o corpo nu na terra em Eu, Travesti?, de Leandro Rodrigues, a estátua de bronze de Zumbi dos Palmares e o transitar do corpo de Michelle Mattiuzzi pelas ruas do Rio de Janeiro em Experimentando o vermelho em dilúvio, da própria Michelle Mattiuzzi... Diferentes formas e graus de nudez, diferentes formas do corpo na imagem, diferentes formas de voltar ou dar a ver a dor; em muitos do casos o corpo nu para enfrentar, refletir, transformar ou reorientar a própria dor; em outros e em paralelo, a ferida aberta para tratar e curar-se pela imagem ou, pelo menos, para indagar e insurgir às violências e violações de direitos mais básicos. Em suma, estes filmes mobilizam o ato mesmo de vê-los como um ato político de imbricação.